EDER MOTA: Vitória de Eliud Kipchoge já é certa na Maratona Olímpica?

Mesmo não sendo do mundo do atletismo, você já deve ter escutado o nome Eliud Kipchoge, ou histórias sobre ele ser o primeiro homem a correr uma maratona abaixo de 2 horas. Vale até mesmo o apelido de “ET do mundo das maratonas” ou o “Kip… o queniano.

O fato é que Kipchoge chega às Olimpíadas de Paris com uma difícil missão – apontada como impossível por alguns: conquistar o tricampeonato olímpico na maratona. Mas, afinal, como o maior de todos os tempos das maratonas e o atleta com o segundo melhor tempo da história não chega como favorito?

A maratona de Paris ocorre em um percurso com muita altimetria, muito semelhante à famosa maratona de Boston. Há algo peculiar ali: entre os quilômetros 14,2 e 20,3, o percurso registra 155 metros de subida, quase igual à altura do Mirante Santander – 161 metros. 

Podem dizer: “Mas, Éder, 155 metros é de boa”. Parece ser, mas só é ruim quando essa altimetria toda está reduzida em apenas 6,11km, e em um momento estratégico – na metade de prova. Por isso, é possível comparar as corridas de Paris e Boston. Na americana, são quase 3 quilômetros de elevação – mas a capital francesa tem uma diferença de altura 3 vezes maior.

Dito isto, Eliud Kipchoge não tem histórico de bom desempenho em maratonas com altimetria elevada. Além disso, o ano que precedeu a chegada a Paris foi muito conturbado: em Boston 2023, ele não foi bem; em Tóquio, sua maratona anterior às Olimpíadas, terminou em 10º com 2h05m15s, sendo o pior resultado de sua carreira. No Japão, ele ficou mais de quatro minutos atrás do vencedor Benson Kipruto, que estará em Paris como concorrente direto ao título.

Na vida pessoal, também houve outras questões. Foram registrados casos de ameaças contra ele e sua família pela infeliz morte de seu conterrâneo Kevin Kiptum, em que fake news culpavam Kipchoge pelo óbito, já que ele bateu recentemente o recorde mundial em sua 3ª maratona na carreira. Em entrevistas, Kipchoge afirma que mudou toda a rotina da família e dos locais que eles frequentavam por medo de alguma atentado. Isso, enfim, refletiu em sua performance na última maratona.

Mas calma, nem tudo está perdido. Na preparação de Kipchoge anterior ao seu título olímpico de Tóquio 2020, os resultados apresentados são semelhantes aos de agora. Em 2019, ele terminou em na Maratona de Londres, sua primeira derrota em mais de sete anos, mas saiu de Tóquio como bicampeão olímpico e registrou a maior margem olímpica de vitória dentro da maratona desde Frank Shorter em 1972.

No sábado, iremos descobrir se teremos Kipchoge como o único maratonista da história a conquistar três ouros olímpicos na modalidade, além de se tornar a pessoa mais velha a ganhar um ouro olímpico em provas de corridas. Isso sem falar que será a primeira vez em sua carreira a vitória de um percurso tão desafiador como o de Paris 2024.

OLIMPÍADAS BETBOX TV

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