Brasileira fala sobre emoção de correr Maratona Olímpica para amadores: ‘Foi muito especial’

A Maratona Olímpica, no último sábado (10), não foi especial somente para Tamirat Tola, etíope que venceu o ouro na modalidade masculina, mas também para outros 195 brasileiros que disputaram a prova. Entre eles, estava Mariana Fritsch, gaúcha de 30 anos, que tem certeza de ter vivido um sonho pelas ruas de Paris.

Além das categorias masculina e feminina, durante o dia, a capital francesa realizou – pela primeira vez na história – uma maratona para amadores, no período noturno. Para estar entre os 20 mil selecionados, foi necessário passar por uma bateria de testes e diferentes etapas nos últimos quatro anos. Por isso, quem pode correr os 42 quilômetros – o mesmo percurso da disputa oficial -, ficou se sentindo nas nuvens.

“Apenas 5% dos que se inscreveram acabaram conseguindo a vaga. Dá um gostinho especial. E fora que é em Paris, né? É uma prova noturna, toda turística, pessoas gritando e torcendo por você nas ruas… Foi muito especial”, detalha Mariana.

O mais bacana, segundo a jornalista e corredora, foi mesmo ver o quanto a organização se empenhou em tornar aquela experiência inesquecível.

“O percurso tinha muitas bandas, shows de luzes e torcida nas ruas. Eu imaginava que a gente não teria a mesma torcida dos maratonistas profissionais, mas as vias estavam lotadas mesmo sendo de noite e a prova terminando no começo da madrugada. Por conta de ser o mesmo trajeto do masculino e do feminino que valia medalha, foi emocionante demais pensar nisso, porque nos sentimos profissionais mesmo sendo amadores”, completa.

Preparação de Mariana Fritsch para Paris

Mariana corre há quase 10 anos e já disputou maratonas em Berlim, Nova York e Porto Alegre – onde mora hoje. Como qualquer corrida, ela conta que iniciou a preparação cerca de três a quatro meses antes de ir para Paris. Além da ansiedade, disputar a prova no período da noite também foi um desafio pessoal.

“Foi a primeira vez que participei de uma maratona de noite, uma prova longa assim”, reforça ela. “A corrida começou 21h30 e terminou praticamente de madrugada, então é difícil porque exige uma alimentação diferente, uma técnica diferente… nunca fiz algo assim antes.”

Outro aspecto importante foi a parte técnica do desafio. Assim como o colunista de BetBox tv, Eder Mota, comentou, a altimetria da maratona de Paris é o mais complexo.

“Tinha muita subida e descida, e é ruim principalmente para quem quer fazer tempo. Não é uma prova de performance, até porque estava quente, mas porque essa variação de altura nos afeta. Acumulei 400m de altimetria, o que é bastante para uma maratona”, explica Mariana, que teve acesso ao percurso antes como os outros corredores.

No fim, ficou aquele gostinho de “quero mais”:

“Eu sempre soube que ia ser uma maratona para curtir, bem turística mesmo (risos). Acho que esses shows e luzes ajudaram muito, deixaram a prova leve, feliz.”

Reportagem de Júlio Boll

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