Por que Gusttavo Lima foi preso em investigação sobre bet?

O cantor sertanejo Gusttavo Lima está sendo investigado pela Operação Integration, que verifica a existência de uma suposta organização criminosa ligada a jogos de azar e lavagem de dinheiro. De acordo com as primeiras informações, 25% em ações da Vai de Bet foram compradas por Gusttavo Lima, nome artístico de Nivaldo Batista Lima.

A Justiça havia decretado a prisão do cantor, mas o pedido foi revogado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco nesta terça (24), junto com a apreensão de seu passaporte e certificado de registro de arma de fogo.

Segundo o decreto desta segunda (23), assinado pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife (PE), existiam indícios suficientes da participação do sertanejo no crime de lavagem de dinheiro. “Associação do cantor com a empresa investigada levanta sérias dúvidas sobre a integridade das transações financeiras e a legitimidade dos vínculos estabelecidos”, consta o documento, que também afirma que não há “nenhuma outra medida cautelar menos gravosa capaz de garantir a ordem pública.”

Além da prisão, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 20 milhões em bens da empresa Balada Eventos e Produções, da qual Gusttavo Lima é sócio.

Vai de Bet e Gusttavo Lima

A Operação Integration revelou algumas movimentações financeiras suspeitas envolvendo a GSA Empreendimentos e Participações Ltda, empresa cujo sócio único é o cantor e a Pix 365 Soluções Tecnológicas, operadora da Vai de Bet.

As transações ocorreram por meio da Zelu Brasil, que também atua como intermediadora de pagamentos para outras plataformas de apostas como a Esportes da Sorte.

Um relatório de intercâmbio financeiro aponta que a GSA recebeu R$ 5,9 milhões de reais das organizações investigadas durante o ano de 2023. A sociedade de Gusttavo Lima então repassou R$ 1,35 milhão diretamente para sua conta pessoal.

Segundo a Polícia Civil, Gusttavo teria ajudado o dono da Vai de Bet, José André da Rocha Neto, e sua esposa, Aislla Rocha, a fugirem do país. O casal tem mandados de prisão em aberto desde o dia 4 de setembro. Na voz de prisão, a juíza aponta uma viagem do cantor à Grécia, na qual a aeronave também transportava o casal de foragidos, que não voltaram ao Brasil.

A investigação da Polícia Civil também aponta que José André da Rocha Neto teria comprado um avião de Gusttavo, mas a aeronave nunca foi transferida formalmente para o nome do empresário ou de suas empresas, o que caracterizaria ocultação de valores obtidos com atividades ilegais, ou seja, lavagem de dinheiro.

Posicionamento de Gusttavo Lima sobre investigação

A defesa de Gusttavo Lima divulgou, na noite desta segunda-feira (23), uma nota sobre o pedido de prisão do cantor, alegando que ficou sabendo da decisão pela mídia, que medidas cabíveis já estão sendo tomadas e que “é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais.”

(Fontes: CNN, G1)