O parlamento australiano abriu um inquérito bipartidário para investigar os impactos das apostas na Austrália e sua população. Ao todo, foram recomendadas 31 reformas para evitar a “preparação” de uma nova geração de crianças para o jogo, dentre as quais cita-se uma proibição gradual de três anos da publicidade do ramo no país.
O inquérito apontou ainda que existem “poucas salvaguardas” para proteger aqueles que lutam contra o vício. A Austrália é o país que mais aposta per capita no mundo, somando 25 bilhões de dólares australianos apostados entre seus habitantes, o equivalente a R$94 bilhões.
A investigação chega junto ao aumento da pressão sobre o primeiro-ministro Anthony Albanese para agir. Pesquisas mostram que a maioria da população apoia a mudança.
Todavia, o governo sinalizou que pode optar por um teto para limitar a publicidade, em vez de proibi-la por completo. Segundo as autoridades australianas, a receita proveniente de anúncios de jogos de azar desempenha um papel importante no sustento das emissoras abertas do país.
As empresas de apostas no país também temem que uma proibição poderia levar consumidores para mercados no exterior, resultando em perdas fiscais.
Conheça a história das apostas na Austrália
Durante a década de1980, a Austrália se tornou o primeiro país a desregulamentar sua indústria de jogos de azar, possibilitando que caça-níqueis, antes permitidos apenas dentro de cassinos, pudessem ser instalados em bares e clubes.
As últimas duas décadas também presenciaram uma explosão na popularidade do iGaming, especialmente apostas esportivas. Estima-se que 38% da população interaja com essa modalidade de jogo semanalmente.
Hoje, a Austrália abriga cerca de 0,33% da população mundial, e um quinto de todos os “pokies”, termo coloquial usado para as máquinas.
Um estudo apontou que 90% dos adultos australianos e cerca de três quartos das crianças de oito a 16 anos veem as apostas como uma “parte normal do esporte”.
Martin Thomas, CEO da ONG Alliance for Gambling Reform (Aliança para reformas de apostas), afirma à BBC que “nossos filhos sabem tanto sobre as probabilidades de um jogo e apostas múltiplas quanto sobre seus jogadores favoritos”.
A Responsible Wagering Australia (Apostas Responsáveis Austrália, em tradução livre), órgão máximo que representa as empresas de apostas do país, chamou uma proibição geral de “um passo longe demais” e apoiou o teto proposto pelo governo.
“Ao fazer isso, as expectativas da comunidade de ver menos publicidade seriam atendidas, ao mesmo tempo em que manteria o apoio crucial aos códigos esportivos e às emissoras locais”, disse o CEO da Responsible Wagering Australia, Kai Cantwell.
(Fonte: BBC)
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