sites ilegais de apostas

Cinco instituições financeiras operam em 2,6 mil sites ilegais de apostas

Cinco instituições financeiras e dez sistemas de pagamento operam transações financeiras de 2.645 sites ilegais de apostas. Estas são as bets que não estão incluídas nas listas do Ministério da Fazenda ou de nenhuma entidade estadual, ou que constam nos róis que a pasta enviou à Anatel pedindo a remoção dos domínios no ar.

O levantamento foi realizado pela Abrajogo (Associação Brasileira dos Operadores e Provedores Internacionais de Jogos), e partiu de uma busca pelas operadoras ilegais via divulgações de influenciadores. Então, a associação simulava transferências para cada bet, o que possibilitou encontrar o banco de destino e o arranjo de pagamento intermediário.

A empresa com mais clientes entre as bets banidas é a Celcoin, constando nas operações de 1.075 sites. A seguir, vem a Voluti, com 835; Fitbank, com 362; Microcash, com 224 operadoras; e Iugu, com 146. Além dessas cinco, há outras 19 que também participam das transações em menor escala.

Estas fintechs se definem como plataformas de serviços financeiros, e não precisam se enquadrar nas regras para instituições bancárias de fato, que são mais rígidas. Isso se dá pois o Banco Central permite que instituições de pagamento de “baixa volumetria” funcionem sem precisar de autorização prévia, além de outras flexibilizações.

Voluti, Microcash e Fitbank afirmaram não trabalhar com bets, e que sua presença na operação se dá devido a sistemas de pagamentos parceiros que são contratados pelos sites.

Além disso, todas as cinco maiores empresas no levantamento dizem seguir as normas do governo federal, e que, após a publicação da lista de domínios a serem bloqueados pela Anatel, entraram em contato com os sistemas de pagamento solicitando o fim da relação com as operadoras incluídas.

Serviços financeiros de sites de apostas ilegais foram criados há cinco meses

Os sistemas de pagamentos que mais aparecem em operações das casas banidas são: Ako Pago (292), Onepay (268), Zam Pago (266), ABC Tech (205), Golden Pig (198), Luckgame (177), HKPay (159), Zalka (138), Logame do Brasil (125) e New Pay (116). Todos os serviços listados acima, exceto Onepay e New Pay, foram criados há cinco meses ou menos.

Além dos bancos e serviços utilizados, existe um longo caminho que o dinheiro das apostas faz entre a banca e o jogador. Entre eles estão a plataforma que sedia, os sistemas de pagamentos, intermediários entre as próprias instituições financeiras e mais.

André Lins, diretor jurídico da Adeja (Associação em Defesa dos Jogos e Apostas), acredita que atacar as finanças é a melhor estratégia para enfraquecer o setor clandestino. “A parte financeira é a única forma de materializar a atividade delas no Brasil. Todo o sistema eles conseguem colocar lá fora, mas para pegar o dinheiro eles precisam de instituições locais e é esse ponto que precisamos atacar. Não adianta bloquear os sites, tem que criar mecanismos de bloqueio de acesso ao dinheiro”, explica.

Lins também defende que a organização da estrutura desses serviços serve para isentá-los de responsabilidades. “Eles criam esses mecanismos para que, quando cheguem em um deles, possam dizer que sua parte é só gerar o pix. O outro diz que é só receber o pix. Nós temos que criminalizar o recebimento de pix por empresa não autorizada.”

O presidente da Abrajogo, organização que realizou o levantamento, Witoldo Hendrich Junior acredita que há três eixos para o combate às apostas ilegais: “O combate ao pagamento é o mais importante, o governo tem que ir em cima dos bancos e dos métodos de pagamento. Na sequência, tem a mídia que divulga, os influenciadores. O domínio é o último e o menos importante, [porque] em 30 minutos [após ser derrubado] o site ilegal cria um outro“, destacou.

Fonte: Folha de S. Paulo

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