CPI de Manipulação das Apostas aponta vulnerabilidade do Brasil e dos Jogadores à fraudes e manipulações

CPI de Manipulação das Apostas aponta vulnerabilidade do Brasil e dos Jogadores a fraudes e manipulações

O mercado de apostas e o futebol brasileiro enfrentam um desafio crescente: a manipulação de resultados. Ontem (18), em audiências da CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, especialistas destacaram a necessidade urgente de medidas para combater fraudes que têm afetado a integridade esportiva no país.

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De acordo com Felippe Marchetti, gerente de integridade da Sportradar, muitos clubes e jogadores brasileiros são alvos fáceis para manipuladores de resultados. Em sua declaração à comissão, Marchetti explicou que a maioria dos atletas no Brasil vive em condições econômicas vulneráveis, tornando-os suscetíveis a propostas de manipulação.

“A grande maioria dos atletas no Brasil está em condição de vulnerabilidade econômica. Eles [os manipuladores] viram um cenário muito propício para a manipulação aqui, e a partir de 2015 vimos um aumento de casos”, afirmou Marchetti.


Inteligência Artificial no Combate às Fraudes

A Sportradar utiliza mecanismos de inteligência artificial para monitorar em tempo real as cotações em casas de apostas, comparando a movimentação real com a esperada. Esses sistemas já foram responsáveis por identificar diversas anomalias que levaram a investigações importantes sobre manipulação de jogos no Brasil.

Marchetti ressaltou que, além da tecnologia, é crucial uma análise qualitativa dos dados. “A exposição de estatísticas não substitui a responsabilidade de uma análise qualitativa”, explicou. Ele também mencionou a necessidade de maior comunicação entre casas de apostas sediadas no exterior e autoridades brasileiras para denunciar irregularidades.

Vulnerabilidade e Educação dos Jogadores

Tiago Horta Barbosa, chefe de integridade para a América Latina da Genius Sports, também falou à CPI, destacando que o futebol brasileiro é um “alvo extremamente vulnerável” devido ao grande número de jogos disputados em diversos níveis esportivos. Barbosa apontou que, sem meios tecnológicos avançados, seria impossível identificar situações de manipulação.

“O grande número de jogos disputados em diversos níveis esportivos cria um ambiente propício para manipulações. Cada jogo, principalmente aqueles de divisões inferiores, representa uma oportunidade em potencial para os que buscam corromper o esporte”, disse Barbosa.


Colaboração Internacional e Regulamentação

Ambos os especialistas concordam que a colaboração internacional é essencial para combater a manipulação de resultados. Marchetti sugeriu a adesão do Brasil à Convenção de Macolin, que trata do combate internacional à manipulação de resultados esportivos. Ele também destacou a importância de um fluxo de informações eficiente entre todos os atores do setor.

Barbosa reforçou que a construção de sistemas de integridade no ambiente esportivo é fundamental para prevenir e detectar fraudes. “Para se combater eficazmente a corrupção no esporte, é imperativo que permaneçamos vigilantes e responsivos às táticas em constante evolução empregadas por aqueles que pretendem minar a sua integridade”, afirmou.


Desafios e Perspectivas

Os desafios são grandes, mas as perspectivas de melhoria também são promissoras. Marchetti mencionou que as casas de apostas têm interesse em combater fraudes, já que também sofrem prejuízos financeiros. Ele vê com bons olhos iniciativas de empresas de apostas que patrocinam serviços de integridade para federações esportivas e workshops para clubes.

Barbosa ressaltou que, apesar dos esforços das entidades brasileiras, o trabalho de integridade no esporte na Europa está mais avançado. No entanto, ele acredita que o Brasil está caminhando na direção certa, desenvolvendo sistemas colaborativos com autoridades públicas e entidades esportivas.

“A questão de juntar os stakeholders, conseguir montar um sistema colaborativo com autoridades públicas, entidades esportivas, sindicatos de atletas, tudo isso, eu acho que eles já estão num nível mais avançado do que a gente está hoje, mas não quer dizer que a gente não esteja caminhando nessa direção”, concluiu Barbosa.


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