Luiz Henrique do Botafogo é investigado na Espanha por esquema de apostas

O atacante do Botafogo e da Seleção Brasileira Luiz Henrique é alvo de investigação na Espanha por suposto envolvimento em uma “organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas“. Um ofício do Ministério da Justiça revelou que o Ministério Público de Goiás (MP-GO) forneceu informações da Operação Penalidade Máxima de 2023 ao governo espanhol.

O documento da Justiça também confirma a existência de uma investigação criminal espanhola, cujo alvo é Luiz Henrique, e associa pela primeira vez o atacante a Bruno Lopez de Moura, empresário suspeito de ser o chefe da quadrilha por trás das manipulações de resultados.

A Penalidade Máxima foi uma série de investigações conduzidas pelo MP-GO que revelou um esquema de manipulação de resultados em jogos nas Séries B e C do Campeonato Brasileiro.

De acordo com o MP-GO, Bruno Moura supostamente seria a ponte entre os apostadores e jogadores, remunerando estes últimos para que agissem de forma a confirmar alguns lances, como propositalmente recebendo cartões amarelos.

O ofício da Justiça, destinado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), também detalhou que as informações sobre Luiz Henrique e Bruno Moura foram enviadas em novembro de 2023 às autoridades espanholas, o que gerou a investigação.

O documento faz parte de um processo aberto também em novembro de 2023, que tramita no Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), setor que acompanha as cooperações entre o Brasil e países estrangeiros.

Relembre o suposto esquema de cartões de Luiz Henrique, do Botafogo

Em 2023, enquanto jogava pelo Bétis da Espanha, o nome de Luiz Henrique foi citado em investigação da SportsRadar, empresa que monitora a integridade esportiva ao redor do mundo, devido a um volume incomum de apostas feitas sobre o recebimento de cartões amarelos do atacante e de Lucas Paquetá, na época no West Ham. Em ambos casos, os cartões aconteceram.

Na época, o atual Botafogo não foi investigado no país europeu, e foi vendido para o Glorioso em janeiro. Em setembro de 2024, o UOL publicou alguns detalhes sobre a investigação aberta pelo governo espanhol, alegando que familiares de Paquetá transferiram até R$ 40 mil para Luiz Henrique dias após o incidente dos cartões.

La Liga, o campeonato do país, e a RFEF, a Federação Espanhola, informaram na época ao jornal que não abriram procedimentos contra o atacante. O Botafogo citou um certificado da RFEF, que afirmava que não havia “investigação ou pendência jurídica” quanto ao ocorrido.

O empresário de Luiz Henrique defende que o jogador já prestou esclarecimentos, além de negar qualquer ligação com irregularidades.

O UOL também revelou que a Federação Inglesa (FA) solicitou a reportagem e anexou-a à investigação de Paquetá, que foi mais duramente julgado pelo suposto esquema.

Fonte: Folha de S. Paulo

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