Boa parte de solicitantes de licença no Brasil não deve ser aprovada, estima presidente da ANJL

Grande parte das 182 empresas de bets que pediram autorização à Fazenda não deve ser aprovada. Esta é a estimativa dada por Plinio Jorge Lemos, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL), em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (1), em São Paulo. A opinião sobre a licença foi reforçada por especialista durante evento que anunciou um projeto-piloto de combate à ludopatia.

Segundo Lemos, os requisitos impostos pelo Ministério da Fazenda são rígidos e são poucas as empresas que, de fato, conseguirão o aval estatal.

“A empresa precisa ter capital social comprovado, dinheiro comprovado, precisa seguir as normas de GLI, que são as certificações de operação. Então, para a empresa ter a licença e ser certificada, tem que estar muito bem estruturada. Provavelmente, adiantando, daquelas todas 182, boa parte não receberá a licença”, analisa o presidente da ANJL.

O Chief Commercial Officer da Aposta Ganha, Hugo Baungartner, também estava na coletiva de imprensa e compartilha da opinião de Lemos. Especialista no mercado de apostas há 27 anos, ele elenca três motivos que devem barrar a maioria dos pedidos.

“Tem a documentação básica, que muita gente não vai passar por conta de dados dos donos, origem do capital. Além disso, tem aquele que abriu a empresa com R$ 10 mil de capital social e precisa comprovar que tem R$ 30 milhões para a outorga. Por fim, muita gente não vai pagar esses 30 mi, que está se aplicando apenas para conhecer o sistema”, aponta Baungartner.

Além disso, o especialista aponta que o número de cerca de 600 bets que devam ser banidas nos próximos dias, provavelmente, é muito maior. “É só pensar que há operadores com 100, 200 domínios diferentes, com aquelas variações ‘123’ na URL. O governo está fazendo um verdadeiro trabalho de formiguinha, mas que é necessário e precisa ser realizado.”

*Reportagem de Júlio Boll

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