POGO: casas de apostas offshore são banidas nas Filipinas

O presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., anunciou, nessa terça-feira (23), o banimento imediato das operadoras de jogos de azar offshore que residem no país. As Philippine Offshore Gaming Operators, ou POGO como são chamadas, têm levantado preocupações envolvendo crime organizado e a segurança de seus trabalhadores, de acordo com o Casino.org.

Presente no país desde 2003, o mercado das POGOs entrou na legalidade e teve um boom em 2016, no mandato de Rodrigo Duterte. O ex-presidente arrecadou impostos das operadoras enquanto proibia que as mesmas prestassem serviços de apostas ou jogos para cidadãos filipinos. Os clientes e funcionários das POGOs são, em grande maioria, da China, onde qualquer forma de aposta é proibida, exceto em Macau.

Contudo, em meio a tensões entre os dois países por território no mar do sul da China, o governo filipino questiona se as operadoras não são um perigo para a segurança nacional.

“Disfarçando-se de entidades legítimas, as suas operações penetraram em áreas ilícitas longe dos jogos, como fraude, lavagem de dinheiro, prostituição, tráfico humano, sequestros, tortura brutal – até mesmo homicídios. O abuso e o desrespeito graves ao nosso sistema de leis devem parar”, disse Marcos Jr. a legisladores, sendo aplaudido de pé durante a apresentação de seu Relatório do Estado da Nação.

Offshores POGO envolvidas em golpes e tráfego humano

Existem hoje mais de 40 operadoras offshore licenciadas nas Filipinas, e até 400 casas clandestinas, segundo estimativas da Philippine Amusement and Gaming Corporation (PAGCOR), órgão regulador da área no país.

Nos últimos anos, da mesma forma, o sudeste asiático tem visto uma onda de organizações de golpes online arrecadando lucros de vítimas ao redor do mundo, inclusive na China e nos Estados Unidos. Além disso, durante a pandemia do coronavírus, muitos cassinos ilícitos recorreram a golpes quando o número de visitantes caiu. Muitos dos que trabalham para estes grupos fraudulentos são eles próprios vítimas de tráfico humano.

Segundo a Agência de Notícias Filipina, em março desse ano, a polícia local resgatou quase 900 trabalhadores de uma base de operações para golpes online disfarçada como uma POGO. Dados policiais indicam que mais de 4000 crimes relacionados a POGOs ocorreram entre 2017 e 2023, como sequestro e homicídio.

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