‘Fui picado pela base’: Quem é José Gustavo, jornalista do Olheiros que se dedica à cobertura do futebol júnior

É comum portais e jornais de todo o país se dedicarem à cobertura do Brasileirão, Eurocopa e tantos outros torneios, mas como será que fica a base de tudo isso? Os novos talentos nas categorias sub-20 e inferiores são aquelas que tem um acompanhamento reduzido por parte da mídia e, assim, o trabalho de José Gustavo, 27 anos, se torna fundamental.

Apaixonado por futebol de base há 15 anos, o jornalista formado pela UniCEUB transformou as categorias do futebol júnior em rotina – agora, ele é colaborador do Portal da Base Brasil e um dos administradores da página Olheiros na Base, que soma quase 40 mil seguidores no Instagram.

Para ele, não há tempo ruim. Em conversa com o BetBox tv, nesta quarta-feira (24), momentos antes de participar de uma transmissão sobre o futebol nas Olimpíadas, Gustavo deixou claro o que lhe move: contar boas histórias dentro do esporte.

“Você pensa no Brasil, há muita pobreza e tem tanto jogador que vê futebol como ascensão social, e que conseguiu. Assim, eles buscam ajudar a família deles. E você acompanhar esse um oceano de histórias incríveis, e em que muitas delas você não acredita. É muito complexo. Se fosse falar do futebol profissional, seria mais um, mas assim posso ter uma marca, que me faz continuar”, complementa.

Ele conta, por exemplo, que alguns dos seus textos já foram replicados entre familiares de jogadores de base e o quanto isso transformou realidades. Em uma das ocasiões, Gustavo conversou com um menino do Red Bull Bragantino, que teve uma matéria que rendeu elogios até da avó. Outro dia, um registro de uma das partidas – em que outro jogador mirim perdeu um lance importante – serviu para refletir mais sobre o quanto é preciso acompanhamento psicológico.

“Um cara de 35 anos pode errar um chute, ser criticado… mas ele consegue sustentar. E o menino de 15 que acontece tudo isso e vai ficar preso em um alojamento? Ele não é tratado e são coisas que ficam ali veladas, é preciso contar essas histórias.”

Mudança de vida

Natural de Brasília, José Gustavo acabou se mudando para Jundiaí, no interior de São Paulo. Foi ali, em 2022, que percebeu o valor do futebol de base e iniciou seu trabalho autoral, cobrindo partidas de diferentes ligas. Essa circulação pelos estádios acabou lhe rendendo parcerias – que lhe garantiram freelancers para outros portais esportivos que ajudam a pagar as contas.

Por incrível que pareça, sua intenção não é alçar grandes voos – afinal, sente que se encontrou na base do futebol.

“Muita gente pergunta, mas cada vez menos tenho esse sonho de trabalhar no futebol profissional. Fui picado pela base (risos) É um negocio viciante, uma categoria especial, quase que um submundo a parte”, reforça.

Em cada partida, ele conta que o mais interessante é ver o quanto seu trabalho funciona como um registro único – já que a cobertura é restrita por parte da grande mídia – e que pode estar adiantando tendências.

“São muitas perguntas sem respostas em um jogo”, reflete. “Você vê um jogo ali e fica pensando o que vai ser do menino no mundo: ele pode se tornar fisioterapeuta ou ídolo de uma galera daqui uns anos. E é legal debater isso.”

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