Uma pesquisa da Serasa Experian revelou que muitas das táticas de golpes e fraudes normalmente vistas em operações bancárias migraram para as bets. O levantamento, feito em agosto de 2024, entrevistou 2.008 pessoas que apostaram nos 12 meses anteriores, de todas as regiões do país e maiores de 18 anos. Metade dos entrevistados afirmou que desconhecia as regras de regulamentação.
Um em cada dez brasileiros que apostaram no último ano diz ter sido vítima de golpe. O número triplica entre apostadores frequentes. Os principais problemas relatados são o vazamento de informações pessoais e bancárias e o acesso indevido a contas nos sites de aposta.
O gerente executivo de Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Pedro Moreno, nota que o cenário é semelhante às fraudes que assolam outros setores: “é um movimento de fraudes muito parecido com o que a gente vê em telefonia e bancos”, afirmou.
Quais os principais golpes agora aplicados em bets?
Quase metade dos entrevistados foram vítimas de vazamento de dados de alguma forma. 28% relataram que suas informações de cadastro foram usadas em outras plataformas e sites, e 20% afirmaram ter seus dados bancários vazados.
Dentre os que já foram vítimas de algum tipo de fraude, um quinto descobriu que uma conta falsa havia sido criada com suas informações. 21% citam ter tido sua conta acessada de forma indevida e 17% souberam de apostas ou saques efetuados fraudulentamente.
“O principal golpe é o uso de dados de forma indevida e a invasão de conta, justamente porque uma prática comum que existe no mercado [de bets] é a venda de contas negativadas”, explica Moreno. “Os apostadores compram contas que tiveram perdas porque a taxa de ganho tende a ser maior. Eles buscam a conta negativada porque a chance de retorno é maior.”
O gerente executivo da Experian avalia que as regras definidas pela Fazenda, como a identificação de jogadores via documentos e reconhecimento facial, deverão reduzir as ocorrências.
Ainda segundo a pesquisa, a maioria das vítimas perdeu entre R$ 101 e R$ 300. Porém, 4% dos entrevistados relatam prejuízos de até R$ 20 mil.
Como prevenir golpes em bets?
Existem algumas medidas que podem ser tomadas para diminuir o risco de fraudes em operadoras online.
- Verifique a legitimidade do site: antes de registrar seus dados, confira se a operadora é confiável e possui certificados de segurança;
- Use autenticação de dois fatores e mantenha suas informações seguras: Adicionar mais camadas de segurança e tomar cuidado com seus dados pode reduzir a exposição a golpes.
- Atenção a atividades suspeitas: esteja atento a movimentações e acessos inesperados e reporte imediatamente à plataforma.
Qual a relação dos apostadores com o dinheiro?
O levantamento apontou ainda que a principal motivação para apostar entre 54% dos entrevistados das classes C e D é o retorno financeiro, e não o entretenimento. 10% dos brasileiros com menor renda enxergam a atividade como investimento.
Entre todas as faixas de renda, 47% afirmam apostar pelos prêmios e não pelo lazer. 35% dizem perder mais do que ganham, enquanto 31% alegam o contrário. Quando questionados sobre o destino dos prêmios, 31% apostaram novamente enquanto 29% pagaram dívidas.
Por fim, o estudo mapeou a fonte do dinheiro apostado. 51% dos entrevistados separam uma parte do salário para a atividade, enquanto 23% reduzem gastos cotidianos para jogar. A mesma porcentagem retirou recursos da poupança ou de outras reservas.
“O que vimos, de uma forma geral, é que os apostadores gastam em média 10% da renda mensal com apostas esportivas“, declara Pedro Moreno.
Fontes: Perfil e Folha de Pernambuco
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